Ela ainda está aqui...

Ontem eu senti a sua presença, de leve, quase que como um sopro, passando sobre meus ombros, deixando uma brisa leve, não senti calor nem frio quando ela passou por mim, era indiferente, eu senti a sua presença, meu coração sentia algo que meus olhos não via e minhas mãos não alcançavam, era intenso e quase palpável a sua companhia, minha cabeça virou-se para os dois lados quase que obrigatoriamente, meus olhos se fixavam em todos os lugares possíveis, mais eu não conseguia vê-la, eu fechei os olhos e começei tentando sentí-la e ela estava tão perto de mim, eu levantava a minha mão, e tentava agarrá-la, puxá-la, prendê-la, mais ela escapava por entre meus dedos, eu fechava a mão e levava para junto do peito, tensa, ofegante, e quando abria, ela estava vazia, eu a segui por várias horas, já nem sentia mais a sua presença, apenas o seu cheiro, nenhum característico, não tinha fragância, a primeira vez que você sentia ele entrava pelo nariz como uma rajada de ar frio, cortando e queimando até os pulmões, o cheiro continuava gélido mais depois de um tempo você sentia uma espécia de paz e o corpo inteiro começava sentir o cheiro e a reagir com pequenos calafrios, todos os poros, órgãos estavam inundados pelo seu cheiro. O CHEIRO DA MORTE. Eu não consegui achá-la de novo, não naquele dia. Mais o importante agora eu sei. E quase me fez sorrir. ELA AINDA ESTÁ AQUI.